O tom da biografia de Freud escrita por Stefan Zweig é completamente diferente de outras que o escritor produziu.
Em vez de tentar sondar os mistérios da alma de seu biografado, aqui Zweig busca se concentrar na obra de Freud e em seu impacto no mundo.
É bem possível que essa escolha tenha sido influenciada pelo fato de que ambos trocaram farta correspondência desde que Zweig tinha 27 anos até a morte do criador da psicanálise, o que significa nada menos do que três décadas de frutuoso diálogo.
Escrever sobre Freud não era escrever sobre uma pessoa distante, mas sobre um amigo por quem tinha grande admiração. Embora menos dramático do que outros retratos biográficos feitos pelo escritor, Freud tem passagens saborosíssimas, principalmente quando se detém em pequenos detalhes da vida do médico que revolucionou o século XX.