Protagonistas da nossa história

Narrativas são instrumentos de poder e, por muito tempo, estiveram nas mãos da branquitude. Neste livro, sete pessoas negras rompem silêncios históricos para contar suas trajetórias marcadas por enfrentamentos e atravessamentos do racismo, mas acima de tudo por conquistas. Júlio de Sá, Mariana Ferreira, Érico Brás, Marco Rocha, William Reis, Flávia Oliveira e Sabrina Fidalgo compartilham experiências pessoais e profissionais em textos potentes, diversos, profundamente pessoais e tocantes. Como definem os organizadores, Jonathan Raymundo e Rodrigo França: “cada intelectual que compõe este livro é um raio de sol para o povo preto”; juntos, eles iluminam o caminho em direção a um futuro mais justo e plural.

Biografia dos autores

Júlio de Sá nasceu em Belford Roxo, Baixada Fluminense. Possui formação técnica em Organização de Eventos pelo Senac e atua há mais de dez anos no ramo do entretenimento. Já teve a oportunidade de participar de forma integral, por vários anos, de grandes eventos como: Rock in Rio, Maratona do Rio, Carnaval de Rua do Rio de Janeiro e Xterra Brasil. Buscando formas de cooperar para um mundo melhor, fundou um projeto chamado Carioquice Negra, que tem como objetivo principal enaltecer a cultura afro. Esse projeto tem atuação nas redes sociais e atualmente reúne mais de 700 mil seguidores no Facebook e quase 100 mil no Instagram. Com cinco anos de existência, já ganhou três prêmios e indicações na linha de projetos com atuações semelhantes à sua.

Mariana Ferreira é graduada em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Tem residência médica em ginecologia e obstetrícia pelo Hospital Universitário Pedro Ernesto (UERJ), e é pós-graduanda em ginecologia endócrina (Sogima/UNIRIO). Atua há mais de dez anos no SUS. Em paralelo, atua na rede privada e em consultório médico. Mariana também é membra do coletivo NEGREX e da Rede Feminista de Ginecologistas e Obstetras.

Érico Brás nasceu em Salvador e começou a fazer teatro aos 7 anos. Integrou o elenco do Bando de Teatro Olodum, companhia de teatro criadora de Ó, Paí, Ó. Estreou na televisão como o taxista Reginaldo, na série Ó Paí, Ó, papel que já tinha feito no filme homônimo, e também atuou em Tapas & Beijos, entre outras. Ainda na TV, participou dos reality shows globais Dança dos Famosos e PopStar. Hoje, Brás é um dos maiores expoentes da causa negra no Brasil, e é conselheiro do Fundo de População da ONU e foi consagrado entre os “100 Negros Mais Influentes do Mundo”, no Mipad 2018 (Most Influential People of African Descent). Foi um dos apresentadores do Se Joga, programa diário que comandou ao lado de Fernanda Gentil, na TV Globo, e recentemente participou da telenovela Mania de Você, da mesma emissora.

Marco Rocha é carioca, biólogo, professor universitário e pesquisador. Atua na área de química e farmacologia de produtos naturais. Tem mestrado em biologia celular e molecular pela Fiocruz, doutorado em biotecnologia vegetal pela UFRJ e University of Ottawa, no Canadá, e pós-doutorado com pesquisas relacionadas à atividade antiviral de metabólitos vegetais pela Fiocruz. Além de atuar na área acadêmica, também é escritor e responsável pelo conteúdo das mídias sociais do “Aqui pensando” (@aquipensando01).

William Reis nasceu no Andaraí e cresceu no Complexo do Alemão. Formado em educação física, entrou no AfroReggae em 2009, passando por diversas áreas e coordenando projetos na ONG, da qual, atualmente, é o coordenador executivo.

Flávia Oliveira é jornalista. Há trinta anos na profissão, é comentarista na GloboNews, colunista no jornal O Globo e na rádio CBN. É podcaster no Angu de Grilo. Integra o conselho deliberativo da Anistia Internacional Brasil e os conselhos consultivos das organizações Uma Gota no Oceano, Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert), Observatório de Favelas, Agência Lupa, Rede Liberdade, Instituto Sou da Paz, Instituto Ibirapitanga, Perifa Connection e Museu do Amanhã.

Sabrina Fidalgo é uma multipremiada diretora e roteirista carioca. Foi apontada pela publicação americana Bustle como uma das cineastas mais promissoras do mundo, ficando em oitavo lugar numa lista com 36 diretoras internacionais. Cursou a Escola de TV e Cinema de Munique (Alemanha) e estudou roteiro pela ABC Guionísta España na Universidade de Córdoba (Espanha). Seus filmes já foram exibidos em mais de trezentos festivais. O média-metragem Rainha (2016) ganhou mais de vinte prêmios e foi selecionado para a mostra Perspectives do Festival de Rotterdam. Seu último curta, Alfazema (2019), foi eleito melhor filme pelo Júri Popular do 29º Festival Internacional de Curtas do Rio de Cinema–Curta Cinema e duplamente premiado no Festival de Brasília. É colunista do HuffPost Brasil e colaboradora da coluna “Quadro Negro” da Folha de S.Paulo. Sabrina é filha do dramaturgo e ator Ubirajara Fidalgo e da produtora teatral Alzira Fidalgo, criadores do Teatro Profissional do Negro – T.E.P.R.O.N.

Biografias dos organizadores

Jonathan Raymundo é bacharel e licenciado em história pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, e docente nas áreas de história, filosofia e sociologia. É pesquisador independente das relações raciais no Brasil, atuando como consultor e palestrante no tema, além de criador e produtor do festival e movimento sociocultural Wakanda in Madureira. É empreendedor social e pesquisador, realizando trabalhos para o teatro e para a televisão (no programa Espelho, apresentado por Lázaro Ramos). Colunista do site Mundo Negro e do Movimento Black Money. Roteirista do programa Excelência, tendo roteirizado também o clipe da música “A coisa está preta”, de Mc Rebecca e Elza Soares. Além disso, roteirizou o projeto Felicidade Black, da Universal Music e do selo TsVox Music, em que também atuou como apresentador. Poeta com textos publicados em jornais, revistas e no espetáculo Poesia e Melodia, com atuação de Samuel de Assis. Apresentador, atuou na Feira Literária do Samba 2021 e em diversas lives em 2020. Autor do monólogo E vocês, quem são?, encenado no Festival Amparo, da Secretaria Municipal do Estado de São Paulo em 2021. Recebeu o prêmio Carolina Maria de Jesus, em 2019, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro por meio da Comissão de Direitos Humanos.

Rodrigo França é articulador cultural, ator, diretor, dramaturgo, cineasta, escritor e artista plástico. Filósofo político e jurídico, atua como pesquisador, consultor e professor de direitos humanos fundamentais. É ativista pelos direitos civis, sociais e políticos da população negra no Brasil. Já expôs suas pinturas no Brasil, nos Estados Unidos e em Portugal. Ganhou o Prêmio Shell de Teatro 2019, na categoria Inovação, pelo Coletivo Segunda Black, em que é cocriador e curador. A iniciativa também foi contemplada com o 18º Prêmio Questão de Crítica. Começou sua carreira de ator em 1992 no teatro e no cinema. Já trabalhou em 42 espetáculos como ator e em oito como diretor. Escreveu sete espetáculos teatrais, entre eles: O pequeno príncipe preto, Capiroto e Inimigo Oculto. Entre os espetáculos que dirigiu estão: Oboró: Masculinidades Negras, O amor como revolução e Enlaçador de mundos. No cinema, dirigiu o documentário De volta para casa, os curtas Manual: como esquecer um grande amor e Escuta, e o longa-metragem Beleza pura. Escreveu os livros O pequeno príncipe preto, O pequeno príncipe preto para pequenos, Confinamentos e afins e organizou, com Jonathan Raymundo, os livros Pretagonismos e Protagonistas da nossa história.

Editora ‏ : ‎ Nova Fronteira
Ano escolar: 9
Segmento: EF II
Tema: Luta antirracista, memórias, crítica social e direitos humanos.
Narrativa: Memórias
Organização: Jonathan Raymundo e Rodrigo França  
Formato: 13,5 X 20,5
Páginas: 112